(Pré)conceitos

Quem determina o que é o meio de algo que a gente nem sabe ao certo quando começou? Quem escolheu o que seria Antigo, Médio e Moderno - e agora Contemporâneo e, para alguns, Pós-moderno? Pois é, naturalizamos conceitos que, em essência, são construções cheias de valores e intencionalidades...

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Por mais que a historiografia tenha mudado muito ao longo do século XX, ainda recebemos a herança de ideias e (pre)conceitos que ligam aquilo que se determinou chamar de Idade Média (ou medieval) à um tempo sombrio, estagnado, atrasado ou, pior ainda, à tempos negros (numa evidente ideia pejorativa e racista).

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E por mais que a escrita historiografica venha, ao longo da segunda metade do século XX, alterando essas ideias (que ela mesma criou em outros tempos), é fato que tais construções ainda permeiam o imaginário de uma boa parcela da população, influenciada não apenas pelas narrativas dos livros de História, mas também pela cristalização de tais imagens pelas mídias (tradicionais ou novas).

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Pense bem: quem te descreveu como era um cavaleiro medieval ou quais aspectos tinham as mulheres consideradas bruxas? Qual tipo de iluminação e quais cores veem à sua mente quando pensamos sobre o assunto?

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Então, se por um lado "a História é filha do seu tempo", como diria Lucian Febvre, por outro as mídias poderiam ser consideradas as tias (as vezes inconvenientes) que nas reuniões familiares insistem em (re)contar histórias que as vezes não fazem sentido, as vezes fogem um pouco da realidade, as vezes possuem uma carga de liberdade poetica além do que necessitaria..